Melancia do amor por Desirée dos Santos

Melancia do amor

Caramelizada no vermelho-vivo e no verde-alegria

Consumida pela borboleta num dia nublado

Borboleta desaforada num dia molhado

Chuvisco de chuva fininha

Melancia esgota o tempo

E de tão madura provoca

A borboleta que com seus dentes

Assume o poder de pralém do vermelho-verde

Morder as bolas pretas de gosto não-gosto

Que tingem a melancia

E dão um ar de coisa pintada

Melancia, maracujá, banana

Pintas pretas feito cravos

que enfeitam as frutas, dosando o sabor

Pintas pretas feito cravos

Dentro de uma melancia suculenta

De um maracujá azedo-bom

De uma banana nanica-grande

Pintas pretas no limiar da vida

Penetrando a massa suculenta

Pele de vida-alegria

Que a borboleta morde,

Em qualquer dia…

Nublado, molhado, suado de amor.

melancia

Texto: Desirée dos Santos
Imagem: Julia Raiz

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